As empresas do setor de transportes estaduais de passageiros estão otimistas com essas datas. Dados da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) mostram que 5.759 passageiros foram a Aparecida em 2024, um número ligeiramente maior (3%) que os 5.614 de 2023. A expectativa da Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros (Abrati) é de um aumento em um patamar semelhante nesse ano.
Aparecida é ponto de peregrinação não apenas em outubro, mas durante o ano inteiro. Os dados de 2024 são superiores aos de 2023 em todo o período agregado de 12 meses. De janeiro a dezembro do ano passado, desembarcaram na cidade do interior paulista, sede do Santuário Nacional de Nossa Aparecida, 65.124 turistas, um contingente quase 20% maior que os 55.039 do ano anterior.
“O Brasil é a maior nação católica do mundo. Obviamente, em datas pontuais e marcantes, como o 12 de outubro em Aparecida (SP) e em Belém, com o Círio de Nazaré, aumentam o fluxo de passageiros. O turismo religioso tem um forte componente cultural no país, impactando positivamente na economia como um todo”, afirmou a conselheira da Abrati, Letícia Pineschi.
Outros pontos de peregrinação
Além de Aparecida, outras três grandes festas tradicionais atraem católicos de todo o Brasil. As impressionantes imagens do Círio de Nazaré, em Belém, são uma prova viva da fé do brasileiro e da população do Norte do país. Em outubro do ano passado, quase 10 mil pessoas foram à capital paraense, de ônibus, acompanhar a festa, número superado apenas pelos meses de férias (janeiro, junho e julho). Isso representa cerca de 8% das 134 mil que foram à cidade ao longo de todo o ano passado.
Também merecem destaque a Festa do Divino Pai Eterno, em Trindade (GO), celebrado nos meses de junho e julho. Neste período, mais de 2,5 mil pessoas desembarcaram, de ônibus, na cidade de quase 150 mil habitantes, para acompanhar os festejos religiosos.
Por fim, temos a lavagem da escadaria do Bonfim, que acontece no dia 2 de janeiro, em Salvador. Dados da Agência ANTT mostraram que 55,8 mil pessoas foram à capital baiana no primeiro mês do ano passado. Nesse ano, foram 58 mil. “Alguns podem alegar que nem todos vão a Salvador em janeiro para a festa do Senhor de Bonfim. E que a capital baiana tem um sincretismo religioso que vai além da religião católica. O que sabemos é que ajudamos a levar os turistas à capital baiana no primeiro mês do ano. O que eles farão lá vai do livre-arbítrio de cada um”, brincou Letícia.
“O turismo religioso tem crescido bastante nos últimos anos e batido marcas antes inimagináveis. Cidades como Aparecida em São Paulo, Santana do Cariri (CE), Juazeiro do Norte, Crato (CE), Trindade (GO), são exemplos vivos de como a religiosidade e a movimentação de romeiros podem alavancar o turismo e desenvolver economicamente”, afirmou o ministro do Turismo, Celso Sabino, em postagem nas redes sociais do Ministério. (https://www.instagram.com/